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terça-feira, 30 de julho de 2013

As perspectivas históricas e teóricas do direito à educação: conceitos e concepções, avanços e recuos

Ministério da Educação
Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares
Centro de Formação Continuada de Professores
Secretaria de Educação do Distrito Federal
Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação
Curso de Especialização em Gestão Escolar
Disciplina: Fundamentos do Direito à Educação
 As perspectivas históricas e teóricas do direito à educação: conceitos e concepções, avanços e recuos
LEILA GUIMARÃES DE ABREU

                                   Professora Doutora: Edileuza Fernandes da Silva
Professor Tutor: Edvaldo Alves de Souza
                                                 Brasília (DF), Agosto de 2013
O conceito de direito à educação como facilitador para o alcance de diretos humanos, está relacionado com a concepção ideológica sobre ‘direito’ e sobre ‘educação’ e a que ou a quem eles servem.
Após as trágicas guerras mundiais do século XX, quando se criou as Nações Unidas para garantir uma convivência respeitosa e digna na humanidade, se conquistou um consenso mundial sobre direitos humanos, como direito civil, político, de desenvolvimento e autodeterminação dos povos.
Porém, tal consenso é cotidianamente usurpado pelo Grupo das Nações, denominado de Grupo dos Oito – G8, que domina atualmente o mundo. Em tal grupo, o estado existe para garantir uma economia capitalista-financeira, de ideologia neoliberal. Assim, o direito e a educação devem se sujeitar ao “mercado”, ou seja, ao interesse do pagamento dos altos juros cobrados por instituições financeiras e ao lucro de grupos monopolistas transnacionais.
Em nome disso, se assassina líderes nacionais, se invade países, se instala a guerra e o desrespeito aos mínimos direitos humanos sociais ou individuais. Assim ocorreu nas invasões do Iraque e Líbia, com o assassinato de civis e de seus respectivos presidentes, dando livre acesso à exploração do petróleo, que era nacionalizada, por multinacionais. Assim ocorre, quando se nega terra, água, e acesso a hospitais e escolas aos palestinos da Faixa de Gaza, que impedem plena dominação norteamericana na região, embora isto seja considerado, pelas leis internacionais, como crimes de guerra.
Em nome disso, se retira direitos conquistados, como hoje nos países da União Européia onde, num retrocesso, se retira investimento público das áreas sociais de previdência social, educação e saúde públicas, para pagamento a bancos, além de impor um desemprego cada vez maior. Aqui no Brasil, o governo, num estado subserviente a estes interesses, cerca de 44% do Orçamento da União se destinam ao pagamento dos juros da dívida externa e interna, deixando todos os serviços públicos em condições de má qualidade de atendimento.
Nesse contexto, como discutir direito à educação, universal e de qualidade? Como formar indivíduos com censo crítico, capazes de avaliar os conflitos sociais, criando formas de superá-los na construção de uma sociedade efetivamente democrática, sem transformar a ideologia do estado e a realidade social? A que tipo de ideologia serve a educação que está sendo ofertada?
Em nosso país, não se podem negar os avanços obtidos nos últimos dez anos, sejam relativos às leis educacionais, à implementação de leis, à universalização do ensino básico e à descentralização de recursos financeiros. Porém, isso é mínimo diante das necessidades e do potencial brasileiro. Simultaneamente ao avanço, se impõe o entrave de uma política de congelamento do salário dos servidores públicos, de não inserção dos jovens no mundo do trabalho, privilegiando os ricos no acesso à universidade pública e à educação de qualidade.
Para o acesso dos brasileiros à educação de qualidade, participo das lutas do SINPRO. Como professora do Centro de Ensino Médio Setor Oeste – CEMSO, escola pública do DF, procuro incentivar, participar e apoiar as iniciativas do gestor, relativas à garantia do direito à educação pública, além de consultar e considerar a comunidade escolar. O colégio tem obtido excelentes resultados tanto na permanência quanto no sucesso de seus alunos. Além de obter 1º lugar no ENEM/2012, obteve a aprovação de 110 alunos na Universidade de Brasília, seja através do PAS, do ENEM ou do Vestibular.
Vários são os motivos para esta conquista. Um deles é o desenvolvimento de vários projetos interdisciplinares, de interesse da juventude, como cineclube, curso de fotografia e de instrumentos musicais, laboratórios de química e biologia. Também conta a definição clara do objetivo de preparar os alunos para entrar na universidade, e o compromisso dos professores, que muitas vezes retiram de seus salários os recursos para realização dessas atividades. Mas creio que um dos principais motivos é serem alunos com pré-requisitos, advindos da boa qualidade da educação recebida no ensino fundamental do Colégio Polivalente, de onde a maioria se originou.
Bibliografia
AZEVEDO, J. O Estado, a política educacional e a regulação do setor educação no Brasil: uma abordagem histórica. In: FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. da S. (orgs.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2004.
HOBSBAWM, E. Mundos do trabalho. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1987

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Uso da internet no processo de ensino aprendizagem

Ministério da Educação
Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares
Centro de Formação Continuada de Professores
Secretaria de Educação do Distrito Federal
Escola de Aperfeiçoamento de Profissionais da Educação
Curso de Especialização em Gestão Escolar
Disciplina: Oficinas Tecnológicas
  
A INTERNET NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
LEILA GUIMARÃES DE ABREU
  
Professor Doutor: Pedro Andrade
Professor Tutor: Edvaldo Alves de Souza
                                                       Brasília (DF), Julho de 2013

              1. INTRODUÇÃO
Muito se debate, diante dos altos índices de reprovação nas escolas públicas brasileiras, sobre alternativas para a melhoria no processo de ensino e aprendizagem. A taxa de retenção no ensino médio, por exemplo, é a maior desde 1999 (GUERREIRO, 2013). Mudanças na forma de organizar e administrar a escola; na infraestrutura institucional; nos métodos pedagógicos adotados; nas formas e sistemas de avaliação; no currículo; e na capacitação de professores e gestores são algumas das abordagens feitas com essa finalidade.
Porém, nos últimos anos, o debate sobre a conexão entre a escola e a vida atual dos jovens tem ganhado cada vez mais força entre os educadores. A reprovação estaria ligada ao desinteresse dos alunos? Este desinteresse estaria ligado a uma escola pouco atrativa, ultrapassada, ausente dos projetos de vida dessa juventude? A prevalência da leitura informatizada sobre a impressa leva hoje os alunos a não entenderem o que lêem? Afinal, os avanços tecnológicos que revolucionaram o mundo, acelerando a velocidade de comunicação, auxiliam ou não os alunos no processo de ensino e aprendizagem?
Muitas são as perguntas, dúvidas e especulações. Mas o fato, é que alguns professores rejeitam o uso de algumas tecnologias na educação, como a internet, responsabilizando-a pela alienação dos alunos, mesmo considerando que o Brasil ainda esteja numa fase inicial e recente de investimento governamental para modernizar as escolas públicas, com a implantação de tecnologias mais avançadas.
Tais professores alegam que, em comunidades em que não há o hábito de leitura, o entretenimento que a Internet oferece prejudica o desempenho do ensino-aprendizagem da mesma. Segundo pesquisa realizada por Barreto (2010), eles consideram que
“Nem sempre os alunos utilizam a Internet para leituras, mas apenas para transcrição de textos. Mediante qualquer atividade escolar, os alunos nem procuram pesquisar, fazer leituras diversas, mas sim, recorrem a trabalhos prontos publicados na Web.”
Este trabalho pretende demonstrar que a internet como instrumento de recurso para construção do conhecimento, quando devidamente orientado pelo professor, pode interferir para a melhoria no processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
2. PROBLEMA
A internet pode auxiliar no redimensionamento do ensino e aumentar o interesse dos jovens pelo estudo. No entanto, muitos alunos a utilizam para apenas copiar pesquisas, sem as ler, e não para pesquisar. Como utilizá-la para melhoria no processo de ensino e aprendizagem?
3. JUSTIFICATIVA
O processo de ensino-aprendizagem tem sido analisado sob vários enfoques, em teorias pedagógicas com abordagens do tipo tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista ou sociocultural. Uma vez que a educação não pode ser analisada fora de seu contexto histórico, considero que tais teorias ainda não conseguem desvendar todos os aspectos implicados no fenômeno educativo em suas diferentes situações. Como a escola ainda é o local para a realização desse processo, deveria usar todos os meios possíveis para atingir essa finalidade, sejam meios materiais, humanos ou tecnológicos (SOARES, 2002).
Diante da constatação de que o mundo moderno foi revolucionado pelos avanços tecnológicos, a escola também precisa acompanhar e se integrar nesse fenômeno, sob risco de não conseguir cumprir seu papel educativo. A principal mudança ocorrida se deu em relação à integração da tecnologia à ciência e à produção, barateando custos e transformando hábitos de consumo. A eletricidade, a eletrônica, a automação, promoveram o desenvolvimento da tecnologia da informação. A expansão da tecnologia de processamento de dados acelerou a velocidade da comunicação, facilitando o acesso à informação e a dados e, portanto, facilitando a construção do conhecimento (VIEIRA, 2004).
Como falar em sala de aula, atualmente, em terapia genética, transgênicos, biotecnologia, microeletrônica, telecomunicações, sem permitir aos alunos construírem seus conhecimentos com pesquisas? Como facilitar essas pesquisas? Por que não despertar e estimular a curiosidade científica do aluno com informações em tempo real? Sem dúvida, a internet é um meio de suma valia para contribuir nesse processo. Dessa forma, as escolas terão que se adaptar a esse novo contexto, capacitando seus componentes no uso de tecnologias de informação e comunicação em educação, especialmente no uso da internet. 
4. OBJETIVOS:
4.1. – Geral
Analisar o uso da internet como recurso para melhoria do processo de ensino, aprendizagem e construção do conhecimento.
4.2. – Específicos
·               Identificar as facilidades que a internet proporciona no processo educativo;
·               Reconhecer o uso da internet como ferramenta de pesquisa e produção de conhecimento dos alunos;
·               Avaliar a contribuição da internet para uma relação entre o ensino escolar e a vida do aluno.
5.  PROPOSIÇÕES
Segundo Vesce (2013), a internet é a mídia que mais vem se expandindo desde o surgimento da televisão, e tem sido usada na educação, tanto como apoio no ensino presencial quanto no ensino a distância, refletindo diretamente na qualidade do ensino. Além de oferecer muita informação disponível e acessível em qualquer parte do mundo, a internet tem ferramentas como correio eletrônico, sites de busca, fóruns de discussão, gerenciadores de conteúdo, bibliotecas virtuais, blogs, chats, etc.
Caberá ao professor, desenvolver o senso crítico de seus alunos, através de alerta sobre a confiabilidade das informações e qualidade de alguns sites da internet, enquanto fontes de pesquisa, uma vez que existem várias opiniões sobre um tema e até informações falsas ou imprecisas. Para isso, o educador orientará sobre a necessidade de filtrar informações, verificar a autoria, a que instituição está vinculada e o contexto cultural a qual pertence.
Alguns professores têm razão quando afirmam que existe uma tendência dos alunos a dedicarem um tempo menor para a análise dos conteúdos e interpretação da pesquisa, ocorrida pela compulsão por navegar e descobrir outras páginas. Mas a livre navegação, que leva a um entretenimento e não à pesquisa, pode ser contornada, se o professor evitar que os alunos sejam dispersos enquanto realizam suas pesquisas.
De forma alguma, essa dificuldade em gerenciar na internet um grande número de informações com qualidade pode anular os benefícios que esse instrumento pode trazer na construção do conhecimento, pois a possibilidade dos alunos participarem de ambientes virtuais de aprendizagem pode também estimulá-los a aprender quando não estão em sala de aula.
Para Moram (2013), a internet integra a realidade cotidiana, levando à reflexão sobre ela e permite trazer os conteúdos de forma mais ágil, devolvendo-os de novo ao dia-a-dia, possibilitando a interação entre alunos, colegas e professores. Numa educação tradicional que privilegia o autoritarismo, a imposição, e o controle, sem interação e confiança entre professores e alunos a tecnologia pouco contribuirá. Para o autor, a internet, e não só ela é um grande apoio para um projeto político pedagógico que focalize uma aprendizagem ligada à vida:
"A Internet nos ajuda, mas ela sozinha não dá conta da complexidade do aprender hoje, da troca, do estudo em grupo, da leitura, do estudo em campo com experiências reais "
 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vale destacar que, por ser um instrumento de apoio, a internet por si só não melhora a qualidade de ensino, a não ser que seja usada numa visão educacional colaborativa. Ou seja, reduzir o desinteresse dos alunos e elevar a qualidade de ensino não são objetivos apenas ligados à tecnologia, mas à forma cultural de como ocorre o processo pedagógico.
Porém, a inserção da tecnologia de informação e comunicação na prática escolar, liderada pelo gestor, pode oferecer melhores condições para se criar uma nova cultura de trabalho em equipe e concepção de projeto político pedagógico, propiciando uma construção coletiva de participação e construção de conhecimento e aprendizagem, adaptado à realidade específica do contexto de cada escola, através de ambientes virtuais.
Na medida em que se tornar universal, nas escolas públicas, uma infraestrutura que permita a presença de computadores, internet ágil e um corpo de professores capacitado para o uso da internet na educação, as dificuldades encontradas por alguns professores serão mais fáceis de serem superadas.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, Evanice Ramos Lima. A influência da Internet no processo ensino-aprendizagem da leitura e da escrita. Revista Espaço Acadêmico. N 106. Ano XIX. Maringá/PR: Universidade Estadual de Maringá - UEM. mar 2010.

GUERREIRO, Carmem. Ensino médio reprovado. In: Políticas públicas.. Escola pública. 33 ed. São Paulo: Segmento. abr 2013.

MORAN, J. M. Internet na educação. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/entrev.htm>. Acesso em: jul 2013.

SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educ. Soc., Campinas, v. 23, n. 81, p. 143-160, 2002. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: mai 2008.

VESCE, G. E. P. A internet na educação. Disponível em: <http://www.infoescola.com/pedagogia/internet-na-educacao/>. Acesso em: jul 2013

VIEIRA, Alexandre Thomaz. Funções e papéis da tecnologia. São Paulo: PUC-SP. 2004.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Gestão de tecnologias na escola

ASSUNTO: Fichamento do texto 6 da Disciplina Oficinas Tecnológicas. Curso de Gestão Escolar. Brasília: UnB/Ministério da Educação. 2013.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Gestão de tecnologias na escola. Programa Salto para o Futuro: Brasília: Seed/MEC. set. 2002. (Série Tecnologia e Educação: Novos tempos, outros rumos).
Resumo
O texto relata o histórico da TIC na educação, desde o uso só técnico-administrativo ou adicional na aprendizagem, até o uso como suporte para criação de espaço articulador e redimensionador da escola, com gestão participativa e aprendizagem colaborativa. Também destaca a importância da formação de todos profissionais da escola no uso da TIC, transformando a direção escolar e coordenadores pedagógicos em gestores do sistema tecnológico e informacional em nível pedagógico e administrativo. Constata ainda que a inserção da TIC na prática escolar, liderada pelo gestor, cria nova cultura de trabalho em equipe e concepção de PPP, propiciando uma construção coletiva da informação, através de ambientes virtuais. Por fim, relata iniciativas do ProInfo, na formação continuada e em serviço de gestores de escolas públicas para incorporação da TIC.

2) Citações principais do texto:
Há de se empregar nas ações de hoje todos os recursos disponíveis, inclusive TICs, tendo em vista a criação de comunidades colaborativas, que propiciem a criação de suas próprias redes de conhecimento, cuja trama ajuda a construir uma sociedade solidária e humanitária.”
Assim, as TICs podem ser incorporadas na escola como suporte para: a comunicação entre os educadores da escola, pais, especialistas, membros da comunidade e de outras organizações; a criação de um fluxo de informações e troca de experiências, que dê subsídios para a tomada de decisões; a realização de atividades colaborativas, cujas produções permitam enfrentar os problemas da realidade .......”
Várias atividades de formação de educadores para o uso pedagógico das TIC têm se desenvolvido ........, o que constitui um avanço. Mesmo assim, outras dificuldades se fazem presentes, as quais se relacionam tanto com a ausência de condições físicas, materiais e técnicas adequadas, quanto com a postura dos dirigentes escolares, pouco familiarizados com a questão tecnológica.”
A superação da dicotomia entre o pedagógico e o técnico-administrativo, instalada na cultura escolar, encontra eco em concepções educacionais que enfatizam o trabalho em equipe, a gestão de lideranças e a concepção e o desenvolvimento do projeto político-pedagógico da escola, tendo em vista a escola como organização viva que aprende empregando todos os recursos disponíveis, entre os quais as TIC.”
“......... nova tomada de consciência leva à percepção de que o papel do gestor não é apenas o de prover condições para o uso efetivo das TIC em sala de aula, e sim que a gestão das TIC na escola implica gestão pedagógica e administrativa do sistema tecnológico e informacional.”
“......... observa-se a disponibilidade de ambientes virtuais para formação e criação de comunidades colaborativas que apresentam um forte potencial para aglutinar recursos tecnológicos, especialistas, formadores e educadores em torno de atividades que permitam trilhar novos caminhos na formação continuada a distância, baseada num trabalho contextualizado na realidade da escola, sem afastar de seu contexto de atuação educador em formação.
Anuncia-se novo tempo, cabendo a cada educador, seja gestor ou professor, participar de processos de formação continuada e em serviços que criam oportunidade de formação de redes colaborativas de aprendizagem, apoiadas em ambientes virtuais para encontrar, no coletivo da escola, o caminho evolutivo mais condizente e promissor conforme identidade da escola e com contexto em que se encontra inserida.”

3) Comentários:
O texto nos situa de que a inserção das TICs na escola faz parte de um processo evolutivo de tomada de consciência tanto do governo, com programas específicos para isso, como dos agentes profissionais da educação, em especial dos gestores, que podem atuar como líderes para conquista de uma concepção coletiva de participação e construção de conhecimento e aprendizagem, adaptado à realidade específica do contexto de cada escola.
Além disso, apresenta exemplos de como estão sendo enfrentadas, pelo Ministério da Educação, as dificuldades da “pouca familiaridade dos diretores escolares com a questão tecnológica”, oferecendo formação sobre uso das TICs aos educadores e gestores. No entanto, não relata como estão sendo enfrentadas as dificuldades relacionadas à “ausência de condições físicas, materiais e técnicas adequadas para o uso da TIC” na melhoria de qualidade do processo de ensino e aprendizagem.
Tal fato é uma lacuna que nos faz falta, pois considero que, assim como é prejudicial uma dicotomia entre o aspecto técnico-administrativo e o pedagógico na inserção das TICs na escola, também é bastante prejudicial a não oferta de condições de infraestrutura adequada no espaço escolar para essa inserção, podendo chegar até a inviabilizar tal incorporação.

4) Questionamentos:
É possível a implantação de uma nova cultura escolar, com o uso facilitador das redes virtuais de aprendizagem, sem haver concomitantemente o devido investimento na infraestrutura da escola e na valorização dos profissionais da educação?
Como é possível a TIC na escola auxiliar na formação do indivíduo, enquanto cidadão solidário, responsável, criativo e crítico, se o professor não tem como atender e respeitar a identidade e necessidade individual dos alunos, uma vez que as salas de aula são superlotadas?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Funções e papéis da tecnologia

ASSUNTO: Fichamento do texto 2 da Disciplina Oficinas Tecnológicas. Curso de Gestão Escolar. Brasília: UnB/Ministério da Educação. 2013.

VIEIRA, Alexandre Thomaz. Funções e papéis da tecnologia. São Paulo: PUC-SP. 2004.

Resumo
O autor afirma que o professor precisa dominar a tecnologia para conquistar benefícios pedagógicos com seu uso, e que a equipe de direção e coordenação da escola necessita diferenciar, para sucesso de projetos organizacionais escolares informatizados, conceitos sobre dados, informações e conhecimentos. Dessa forma, define dado como registro de fato objetivo; informação como significação do dado, dependente de interpretação humana e que auxilia na tomada de decisão sobre conduta pedagógica; e conhecimento como fato gerado por seres humanos, através de ações sobre informações ou por estudo da rotina escolar. Por fim, coloca a importância da existência de uma cultura organizacional de colaboração na escola e de implementação de um sistema de tecnologia de informação em consonância com os objetivos da instituição.

2) Citações principais do texto:
“O grande problema em foco da gestão escolar é saber como a tecnologia pode ser um grande aliado da equipe de direção e coordenação da escola.”
“A confusão entre dado, informação e conhecimento gera enormes gastos de tempo e dinheiro em projetos que nem sempre são adequados para uma certa instituição.”
“Os dados são conjuntos de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos.”
“Para que dados transformem-se em informações, é preciso que se acrescente significado.”
“Enfim, conhecimentos derivam de informações, da mesma maneira que informações derivam de dados. A capacidade de transformar informação em conhecimento não pode ser realizada por uma máquina, sem a interferência da mente humana, isto é, tal capacidade é exclusivamente humana.”
“Além do problema da cultura organizacional existente e dos objetivos sobre a gestão das tecnologias de informação (TI) de uma escola, é importante que se tenha uma visão mais estruturada sobre os ingredientes-chave para implementação eficaz de sistemas nas escolas. A tabela abaixo mostra alguns dos principais pontos, divididos em três fases: 1) criação do contexto para a TI; 2) desenho de sistemas de TI; 3) instalação do sistema de TI que via ser usado.”
“Quando um sistema é implementado em culturas organizacionais previamente estabelecidas, a forma pela qual as informações são organizadas e produzidas interage com a cultura já existente, criando situações que resultam em sintonia e reforço ou em dissonância e oposição.”

3) Comentários:
O autor colabora para reduzir as dúvidas e inexperiência dos gestores escolares em implantar uma TI na escola. Isso se dá pelo fato de oferecer no texto, de forma objetiva e clara, uma metodologia para se instalar de forma eficaz um sistema de Tecnologia de Informação, contextualizando a criação, construção, instalação e uso da TI nos objetivos escolares e no domínio do sistema pelo usuário. Orienta ainda, ao final do texto, sobre quais perguntas o gestor se deve fazer para um processo de implantação de um sistema de informação. Além disso, esclarece conceitos sobre dados, informações e conhecimentos, e o que se pode fazer com cada um para maior possibilidade de sucesso em projetos para TI. As idéias sobre conhecimento, defendidas pelo autor, nos remete a Freire (1966), quando este afirma que “saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria produção ou a sua construção”.
Considero que o mais difícil de ser conquistado numa escola é o que o autor nomina de cultura organizacional de colaboração e troca de experiência entre professores para disseminação da informação. Na atual conjuntura mundial, onde a mídia e os impérios econômicos capitalistas louvam e estimulam o individualismo e a competitividade, uma postura coletiva, com definição clara de objetivos a serem alcançados, precisa de muito trabalho acumulado neste sentido, entre os membros de uma comunidade.
Creio que teria sido muito útil também se o autor inserisse nesse texto introdutório, esclarecimentos sobre “a formulação cognitivista, que tanto influenciou as atuais concepções educacionais, admitindo semelhança entre desempenho da inteligência humana e funcionamento lógico de um computador” (FROES, 1996).

Referência bibliográfica
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 1996.

FROES, Jorge, R. M. Educação e informática: a relação homem/máquina e a questão da cognição. 1996. Disponível em: <http://edu3051.pbworks.com/f/foes+cognicao_aula2.PDF> . Aceso em: 25 jun 2013.

4) Questionamentos:
Diante da realidade da maioria das escolas públicas brasileiras, com baixa remuneração do professorado, falta de recursos humanos, orçamentários e financeiros, será possível motivar educadores e gestores escolares para uma mudança de mentalidade sobre a aprendizagem, sobre uma gestão compartilhada, sobre o papel facilitador da implantação da TI? Observo, no dia-a-dia de minha prática escolar, que a maioria dos professores não acredita na produção de conhecimento e numa aprendizagem fora da exposição oral e da lousa, numa sala de aula. Influencia para isso, o fato de estarmos muito distante de um contexto onde haja pelo menos um computador e internet em cada sala de aula.

Leila Guimarães de Abreu